As receitas que adentram nossas farmácias

logo As receitas que adentram nossas farmácias cheias de problemas de cada dia. O que deve ser feito? logo

Data de publicação: 19/07/2018

Autor: Eduardo Silva CRF 1658 PA

Quando nos deparamos com receitas médicas e de outros profissionais prescritores em cada estabelecimento farmacêutico, uma dúvida fica a me assombra: "Somos farmacêuticos, detetives, peritos criminais ou pajés!" Adivinhar não é uma prática farmacêutica imagina o próprio paciente ou um de seus familiares. Há legislações que proíbem essas práticas (Art. 35, alínea a) da Lei 5991/73 e Código de Ética Médico no Capítulo III, artigo 11), mas na prática continuam chegando receituários com nomes mais absurdos e estranhos...São verdadeiros garranchos, hierógrafos e até mesmo grafia diferente da Denominação Comum Brasileira (DCB) disponível aqui ou até mesmo da Denominação Comum Internacional (DCI). Realizando pesquisa com os pacientes no local de atendimento fica claro que nem mesmo eles sabem qual é o medicamento prescrito pois o prescritor não consegue orientá-lo sobre a prescrição na hora da consulta. Aí cria-se um problema que complica a vida do paciente e do profissional farmacêutico. Uma das condutas é ligar para o consultório e tentar falar com o prescritor na possibilidade de desvendar o que o mesmo prescreveu. Se você conseguir será uma vitória pois na prática fica complicado esse acesso interprofissional. Nas situações como essas tento ao máximo com um pouco da experiência profissional viabilizar o entendimento sobre o medicamento prescrito, quando não vejo possibilidades pergunto pela clínica do paciente para ver alguma possibilidade de facilitar a tradução. Mas quando isso não ocorre busco tentar contato com o prescritor e na falta desse contato, oriento o paciente a voltar ao médico para posterior esclarecimento. Quem pena é o paciente. Tentar adivinhar não pode. Medicamento é um produto de saúde e não se deve praticar a adivinhação. Falta de concentração do medicamento prescrito também complica. Não somos médicos, senão houver a concentração prescrita, os cuidados devem ser os mesmos para evitar danos a saúde. Tem medicamentos que possuem mais de 3 ou 4 apresentações e ainda é usado em casos de hipertensão. Você quer arriscar escolher qual delas deve ser? Melhor não. Guardar a receita, a caixinha de remédio pode ajudar se os medicamentos não forem de controle (Port. 344/98) e nem antibióticos (RDC 20/2011). A melhor forma de ajudar um paciente é realizando uma dispensação séria e ao mesmo tempo humana, isto é, atendendo a legislação, sem esquecer que são pessoas que estarão prejudicadas. Tente de algum modo auxiliar o paciente e seus familiares para que os danos provocados pela falta de perícia do prescritor não venha a prejudica a saúde deles. Fique atento.